Túlio Calil e Mitale Mirele, desenvolveram um projeto para prótese a ser usada em pacientes amputados. Túlio fala um pouco sobre a invenção de ambos.

05/02/2020

JN - Como surgiu a ideia de criar próteses? Descreva um pouco sobre este processo criativo.

Túlio: Bom, eu ainda não era aluno da UESB, meu primeiro contato com o curso de sistemas de informação foi quando fomos convidados pela Professora Claudia Ribeiro para fazer parte de um evento chamado "Upstart day", nós fazíamos um aqui na cidade chamado de "Otaku-sai", um evento de cultura japonesa com cosplays, games, animes, swordplay e outras coisas do mundo nerd/geek/otaku, a professora pediu pra que fizéssemos uma pequena edição do otaku-sai dentro do Upstart, e foi o que fizemos. No final do evento, a professora gostou bastante da gente e nos convidou para participarmos do evento Campus Party Bahia 2, em Salvador. Ela conseguiu os ingressos com o Camping pra todos nós da equipe, e esse foi o primeiro ponta pé. Faltando 15 dias pra viagem, Mitale me mandou uma mensagem do nada dizendo "O que a gente precisa pra fazer uma prótese de uma mão funcional com R$ 50,00 pra levar pra CPBA?". Nós não íamos conseguir com R$ 50,00, então montei um orçamento, improvisamos algumas peças, rabiscamos umas coisas num caderno e partimos pra tentar "financiar" a ideia. Mitale era discente do curso de Enfermagem da UESB, ela tentou primeiro com vários professores, até que chegou na Professora Mariana Lacerda, que acreditou na nossa ideia sem nem exitar e comprou todas as peças no mesmo dia.

 

JN - A escolha em ingressar no curso de Sistemas foi importante para a criação deste projeto?

Túlio: Quando fizemos o projeto eu não era discente do curso de Sistemas, acabei fazendo o vestibular seguinte pois a professora Claudia Ribeiro me incentivou bastante, depois disso, conseguimos incubar o projeto no CPDS (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Software) aqui de Jequié, pra poder melhorar ainda mais o projeto inicial.

 

JN - Houve apoios financeiros por parte da esfera pública ou particular? E apoio na pesquisa acadêmica existiu?

Túlio: Tivemos o apoio financeiro na professora Mariana Lacerda, que foi a responsável por "materializar" a ideia. 

A professora Claudia Ribeiro deu total apoio na pesquisa acadêmica pra nós desde o início.

 

JN - Qual impacto você acredita que a invenção desta prótese pode causar na vida de quem precisa deste recurso?

Túlio: Desde o início nós sabíamos e fizemos isso por dois grandes motivos, o primeiro foi possibilitar pessoas que não tem condição financeira pra uma prótese (uma prótese simples, estática, custa muito caro, próteses semi automáticas são praticamente itens de luxo) conseguir finalmente ter acesso. O segundo foi para mostrar que é possível, nós somos de origem humilde e a gente quis mostrar que inovação pode vir de qualquer lugar, a gente queria incentivar e fomentar iniciativas similares, principalmente na nossa região, que tem um potencial tecnológico pouco explorado.