Recém-empossado na Sec. De Cultura e Turismo de Jequié, Sergio Mehlem fala conosco.

24/02/2014

JN: No início do atual governo municipal o senhor assumiu a Diretoria de Cultura e não havia assumido de fato como Secretário de Cultura e Turismo - como recentemente foi empossado. Nesse período, como o senhor enxergou a cultura jequieense? Mehlem: Uma correção, foi a Diretoria Administrativa de Programas e Projetos Culturais. Sempre enxerguei nossa Cultura como algo vivo em constante evolução, conheço nossos artistas e sei que seus corações pulsam pela arte. Isso para um gestor é muito gratificante. Sempre acreditei na mulher e agora Prefeita Tânia Britto por isso, nunca fui um pessimista, tinha a certeza que a Secretaria que planejei ganharia vida. Gostaria de agradecê-la pela confiança e por suas ideias que daremos vida através de projetos que o mais breve possível estarão em execução. JN: Em entrevista ao Jequié Notícias há cerca de um ano, o senhor criticou duramente o período em que a cultura foi governada pelo então prefeito Reinaldo Pinheiro - tendo como secretário o Sr. Bené Senna, e participando da secretária outros artistas jequieenses - o que gerou indignação em toda classe envolvida. Pode-se dizer que as “arestas” já foram aparadas? O senhor se arrepende de ter feito as críticas? Mehlem: Críticas são sempre polêmicas, mas em nenhum momento citei essas duas pessoas que tanto admiro e que considero personalidades da Cultura Jequieense. Apenas relembrei gestões anteriores, o comentário foi no campo institucional e nunca no pessoal. É preciso diferenciar o público do privado. Reinaldo Pinheiro foi um grande mentor intelectual no qual me inspirei, lembro com carinho da efervescência cultural que vivi no nosso amado CEMS, onde me deu régua e compasso e foi decisivo nas minhas escolhas profissionais, quanto a Bené Sena, quem não admira aquelas baquetas mágicas, grande baterista, grande artista. Ambos são homens de extrema inteligência e sei que eles entenderam o tom de minhas palavras. Sem atritos, apenas divergências de pontos de vista. “Toda unanimidade é burra” assim diria nosso poeta. Só se cresce no confronto das ideias e no conflito de opiniões. JN: Na mesma entrevista, o senhor falou que as prioridades das ações de governo seriam: “Primeiro recuperar os equipamentos culturais da cidade como o Teatro Municipal, a Casa da Cultura, a Biblioteca Newton Pinto de Araújo, o Museu de Jequié, as Velas Culturais e reestruturar programas, projetos e eventos do setor”. É possível dizer que agora - como secretário, de fato – poderá realizar essas tarefas? Destas, quais ou qual é possível realizar ainda neste semestre? Mehlem: Serão sempre prioridades no Governo Tânia Britto, ela tem grande preocupação, quer presenciar todos os espaços com instalações reformadas e adequadas para receber nossa gente, sua preocupação social é grande em oferecer cultura, segundo ela; antídoto eficaz contra as mazelas que assolam nossa sociedade. Estamos organizando uma força tarefa junto as Secretarias de Infraestrutura e Comunicação para pormos em prática essas revitalizações que são extremamente necessárias, juntas estamos buscando seguir o Plano Diretor Urbano da cidade e Capitalização de possíveis Parceiros investidores do setor cultural em nosso País para assinarem alguns projetos ou programas que funcionarão nestes locais ou até mesmo nas intervenções físicas. Quanto ao prazo estamos adiantando ao máximo com a equipe de arquitetos, engenheiros e técnicos dos setores administrativos da Prefeitura. Acreditamos que em breve o cenário será outro. JN: Aqui é o espaço para o senhor falar a todos os artistas e cidadãos jequieenses que clamam pelo desenvolvimento da cultura da cidade. Mehlem: Não foi um ano de paralisação cultural e sim de ajustes da máquina administrativa, não poderíamos colocar um motor de uma Ferrari numa carroça, pois, assim encontramos a Prefeitura. Buscamos ao máximo tentar suprir algumas necessidades da área, diagnosticar a situação e embaraços. Foi um ano difícil creiam, não fugimos a nossa missão. Tivemos no início que realizar o São João, criamos uma nova atmosfera na Vila São João, com a passarela do artesanato e por consequência aquecemos a economia local e geramos ocupação e renda para nossos artistas. Tivemos que lidar com expectativas de todas as linguagens culturais e não foi possível corresponder à altura que nossos artistas e sociedade merecem, tivemos que conviver com o PPA da gestão anterior por imposição das Leis das Diretrizes Orçamentárias que vigora de uma gestão para outra. Este ano já, trabalharemos com um PPA realizado por nosso Governo, com nossos Projetos e planos para a Secretaria o que facilitará eficazmente a execução de nossas ações. Acreditamos em promover uma maior circulação de vozes com a posse do Conselho de Cultura que será um grande aliado na promoção cultural, nosso empenho será em promover manifestações e ações de expressão da pluralidade cultural, observando as diferenças, em especial, com segmentos que padecem de uma maior eficácia da atuação do poder público Municipal. Faremos um São João num momento importante, onde todas as atenções estarão voltadas para o Brasil devido à realização da Copa do Mundo e Jequié está neste roteiro turístico da Copa inserido pela Bahiatusa, teremos uma programação especial para o aniversário da cidade com a I Virada Cultural Wally Salomão em Jequié, onde implantaremos pontos culturais com atividades acontecendo simultaneamente e a segunda edição do Som da Praça que estenderemos aos bairros, realizamos a Conferência Municipal de Cultura, já estamos em implantação do Sistema Municipal de Cultura e consequentemente a elaboração do Plano Municipal de Cultura com validade de dez anos. Outras ações serão divulgadas no decorrer dos próximos meses. Enfim um ano de espetáculos e aplausos.