O polêmico diretor de teatro Ricardo Barnabé fala conosco. Confira!

31/12/2014

JN: Quem é Ricardo Barnabé? Barnabé: Um menino, depois um homem sonhador e apaixonado pela vida. Nasci em 09.08.1941, em Ipiaú, Bahia. Depois, em 1949 fui morar em Itabuna, também na Bahia. Aos doze anos minha família mudou para São Paulo, como vários nordestinos da época. Comecei jovem a compreender o mundo realista e o canibalismo do ser humano. São Paulo foi uma paixão de adolescente e adulto onde morei durante quinze anos. Nessa metrópole eu cresci e vivi intensamente a vida e o teatro. Morei também no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Na vida profissional trabalhei em grandes empresas do Brasil como vendedor. Morando no Espírito Santo retornei a vida artística, onde fundei o Grupo Mutirão de Teatro. Fui presidente em dois mandatos da Casa da Cultura e fundador da Rádio Tropical FM. JN: Quais são as principais dificuldades em realizar eventos de teatro em Jequié? Barnabé: Cheguei a Jequié há vinte anos, foi amor a primeira vista, e fundei o Grupo Mutirão de Teatro. Você perguntou como é fazer teatro em Jequié. Respondo, existe teatro em Jequié? No passado havia teatro, depois em três anos de “digestão”... Aqui jaz uma sepultura de incrédulos e ladrões e aproveitadores da cultura. Eu faço teatro e viajo na Bahia e não dependo dos poderes públicos, o espetáculo Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha - onde viajei em toda Bahia e Espírito Santo - é a resposta. E também sou criador e realizador do Festival de Teatro Sul e Sudoeste Baiano. JN: Você publica o informativo Livre Arbítrio, o qual aborda de maneira bastante explicita temas bastante polêmicos; política jequieense, religião, sexualidade etc. Como é encarar as críticas da sociedade quanto ao contexto do Livre Arbítrio? Barnabé: Publiquei no passado o informativo “O Tabróide”; polêmico, verdadeiro no seu contexto, porém fui excomungado pelos moralistas de plantão. Para sobreviver, troquei de nome e hoje é Livre Arbítrio, polêmico, porém com o pé no chão. Sabe como é o povo, cristão e honesto como os políticos. JN: Hoje em dia, quais são os projetos que você está tocando? Barnabé: Em 2013 montei os espetáculos Evolução das Mulheres, onde viajei pela Bahia, até 2014. O qual pretendo continuar em 2015, se conseguir uma atriz. Tenho como meta em 2015 realizar um curso de teatro na Casa da Cultura Pacífico Ribeiro, escolher o elenco e montar o espetáculo 1964 Ditadura Nunca Mais. JN: 2015: o que pensar para esse ano? Barnabé: Em 2015 esperamos que a política cultural mude o sistema bruto de aberrações e façam uma verdadeira revolução cultural. Porque há três anos, quando o secretário Benedito Sena deixou a secretaria ficamos a mercê de tiranos,incompetentes e assassinos da cultura. Ah! Esqueci! O São João e o Projeto Som na Praça é cultura, digo, o caixa forte no bolso de poucos. Vou parar de falar, se não serei crucificado em plena Praça Rui Barbosa e o povo irá assistir o meu funeral no telão.