Jovens jequieenses opinam sobre a atual crise política do Brasil.

19/03/2016

1 - Christini Gomes Senhorinho Ferreira Estudante de Nutrição - Universidade Federal da Bahia 21 anos de idade Muito além de só uma crise econômica, o Brasil tem passado por uma pane na sua política em geral. Os casos de corrupção e do ataque da oposição ao atual comando político tem gerado grande envolvimento da população. Acredito que estamos em um impasse o qual de um lado tem um governo envolvido em escândalos de corrupção e no outro uma oposição que quer tomá-lo a qualquer custo - ultrapassando muitas vezes a ética e usando a mídia como veículo para isso. Sou a favor de que os envolvidos sejam condenados e que a Constituição Federal seja seguida porque em um país democrático - muito além de uma disputa partidária - todos devem ter os mesmos direitos. 2 - Lucas Novaes Estudante do 3º do ensino médio - Colégio Matisse 17 anos de idade Venho me questionando sobre a imparcialidade judicial brasileira. Podemos observar que a maioria das pessoas estão numa luta para tirar o PT de cena e não a corrupção em si. A mídia, na sua maioria, foca na participação do Lula, da Dilma e de agregados dentro da operação Lava a Jato, enquanto que por trás das câmeras está um mundo de grandes corporações que têm o interesse em retirar o Partido dos Trabalhadores do poder. É necessário que neste momento crítico da nossa política deixemos o partidarismo frenético de lado e lutemos por nosso país! Não importa se faz parte do PT ou da oposição, devemos investigar e cobrar dos nossos juízes a imparcialidade perante tucanos e moluscos. O que não podemos fazer é permitir a imputabilidade dos que desviam o dinheiro, não só dos chamados burgueses, mas dos que desviam da educação, de crianças carentes, da saúde e dos projetos que deveriam ser feitos em prol de toda a comunidade brasileira. Devemos dizer não à corrupção de todos e qualquer representante da nossa nação. 3 - Juliana Ribeiro Araújo Ensino superior completo (Secretariado Executivo Trilíngue - UFV) 25 anos de idade Estamos vivendo um momento histórico! Chegamos a um ponto inevitável: uma hora essa bomba teria que explodir e os principais casos de corrupção seriam trazidos à tona. E o que nós brasileiros vamos fazer? Continuaremos aceitando a premissa de que "todo político é corrupto" e que nada vai mudar ou vamos exigir que uma limpeza de fato seja feita por meio de uma reforma política? Há um sentimento coletivo de indignação, impunidade e ódio político, que não se pode manifestar concordância sem ser considerado "coxinha" ou "petralha". Não consigo entender o motivo de tantas pessoas se prendem à essa polarização, escolhendo apenas um lado para criticar, quando na verdade todos os envolvidos devem ser investigados igualmente, independente de partido, afinal o que se busca é o bem de um país como um todo. Apesar dessa rivalidade inútil, é empolgante ver que finalmente estamos dando voz ao sentimento de que não aguentamos mais sermos constantemente lesados por nossos governantes. A situação triste a qual estamos vivendo serve de exemplo para as gerações mais novas e servirá para as futuras também. Não tenho vergonha de dizer que tenho esperança no Brasil. Eu realmente acredito que nossos filhos viverão em um país menos corrupto. E, por mais que as coisas pareçam caóticas agora, não devemos nos abater. Pois, infelizmente, a única forma de mobilizar a sociedade em busca de mudanças é quando dói no bolso das pessoas. Por isso, eu vejo esse péssimo momento econômico e essa crise moral e política como uma oportunidade para melhoras significativas no futuro. 4 - Emilly Bispo Estudante do 1° ano do ensino médio - Colégio Matisse. 15 anos Diante da atual conjuntura política brasileira grandes manifestações vêm ocorrendo, sejam a favor do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e "contra a corrupção", sejam a favor da democracia e, logicamente, da permanência da Presidenta. Estamos equilibrados em uma linha tênue entre a democracia e o golpismo, guiados por uma mídia tendenciosa e antidemocrática, que evidencia a todo momento o seu posicionamento e interfere indiretamente - ou diretamente - na opinião de grande parte da população. Mas, será realmente que o impeachment é a resolução da crise e dos problemas com a corrupção? Ir às ruas vestido com a camisa de uma das organizações mais corruptas existentes (CBF) apoiados por políticos não menos corruptos - e hipócritas - para derrubar uma Presidenta eleita democraticamente, sem nenhum motivo concreto, nunca passará de um golpe fascista! Não quero dizer que não deve haver investigação e punição para quem estiver envolvido, pelo contrário. Caso provado, cada um merece pagar pelo feito, mas endeusar um juiz que faz política e não justiça, investigando - até ilegalmente - e agindo de forma coercitiva desnecessariamente apenas com o lado que o convém com certeza está longe de vir a ser a solução... O fim da corrupção virá através de reforma política e não por troca de governo ou partido por meio do golpismo. Avante pelo direito à democracia sempre, porque "luto” para mim é verbo! 5 - Fausto Silva Barros Estudante do 4º ano do Curso Técnico em Enfermagem – EPI no Colégio Polivalente Edivaldo Boaventura 17 anos de idade A crise política existe e é inevitável negá-la, mas a sua causa não se encontra apenas em um partido político ou em uma coligação, ela está presente nos representantes dos três poderes nas esferas federal, estadual e municipal, como também na própria população, com o “jeitinho” para se beneficiar. O brasileiro possui atitudes no seu dia a dia que se enquadra em corrupção, entretanto costumam ser despercebidas, como por exemplo, agradar um funcionário para ser melhor atendido ou adiantar o seu atendimento num estabelecimento público, levar uma criança de colo unicamente para ter prioridade, mentir a idade do filho para não pagar a passagem no coletivo, pedir doação para ajudar os mais necessitados e usufruir do que arrecadou, e tantas outros atos de desonestidade que muitas vezes torna-se hábito ou costume a fim de almejar a obtenção de vantagens pessoais. O processo de investigação deve ocorrer? Sim, é necessário que quem roube, desvie ou se aproprie de dinheiro ou patrimônio público cumpra pena pelo que fez, mas também é necessário que as pessoas tenham consciência de que o processo de penalidade deve abranger a todos e não por conveniência ser mais severo para uns e menos ou inexistente para outros. Além disso, muitos meios de comunicação de massa - por serem financiados ou por ideologias partidárias - divulgam muitas notícias e informações do processo de maneira tendenciosa, com interesses econômicos e políticos. Não sou partidário, nem a favor dos governistas, nem da oposição, contudo, acredito que as pessoas devem ter um pensamento crítico e entender toda situação que envolve corrupção política no Brasil, e não somente deixar se guiar por opiniões midiáticas ou de amigos. Para modificar esta realidade só conseguiremos a partir da promoção de uma educação familiar e escolar que desencoraje o “jogo sujo” e a desonestidade cotidiana, afinal a mudança do “Gigante” começa com a educação do povo. 6 - Raiana Souza Ferreira Nível superior completo 27 anos de idade Sobre a atual situação política do nosso país, acredito que estamos passando por um momento extremamente delicado e perigoso. Não acredito ser "o pior momento da história", como andam afirmando por aí, visto que já enfrentamos a ditadura e a escravidão, porém trata-se de um momento tenso. Na minha opinião a tentativa de golpe é clara. É uma estratégia de tomada do poder extremamente previsível, uma vez que foi realizada exatamente da mesma forma em 1964. Entretanto em 1964 a mídia soberana era a TV e hoje o principal meio de comunicação e de mídia é a internet, e é nela que está a minha luz no fim do túnel. Pois o que é camuflado, distorcido, maquiado e inventado pela televisão através da internet temos a oportunidade de investigar por outras fontes a veracidade dos fatos. Devemos buscar fontes alternativas e verdadeiras de informação, devemos tirar os livros de história empoeirados das gavetas e ler, estudar e se informar, mas de informações e fontes seguras. Não podemos mais confiar na TV (na verdade nunca pudemos). Este é o momento de esquecermos as brigas partidárias, os nomes políticos, a nossa classe social e nos unir! Precisamos agir rápido e estarmos juntos, coesos, esclarecidos para que possamos lutar EM PAZ por NOSSA DEMOCRACIA, por nosso direito de ir e vir, de pensar, de falar, de ter informação de qualidade. Não dá mais para sermos massa de manobra, já evoluímos o bastante para isso.