Jornalista, radialista e escritor, Wilson Novaes Jr., fala sobre o seu livro e da imprensa em geral.
21/12/2006
JN: Lançando (dia 21) o livro Garimpando a imprensa numa cidade só, nos faça uma sinopse do que trata este trabalho.
Wilson: O livro nasceu de um antigo desejo, revelado em bate papo com amigos. Sempre revelei meu desejo de escrever algo sobre a minha convivência na imprensa local. Usei algumas fontes de pesquisa, meu arquivo pessoal e de alguns amigos e também o Museu de Jequié. É uma espécie de relato intimista, não faltando alguma reminiscência da vida pessoal.
JN: Refletindo sobre os dois tipos de imprensa: a comentada, quando se opina sobre os assuntos noticiados e a meramente informativa, que não dar palpite, e ainda levando em consideração que exista jornalismo capcioso, qual dos tipos o senhor acha que é a melhor forma de retratar o acontecido?
Wilson: Eu enfatizo bem nesse livro que o mais importante para o bom desempenho da atividade jornalística é fundamental a ética e a liberdade de expressão. Não se pode entender ou conceber uma imprensa séria sem observação desses princípios. Porém, todos sabem que as dificuldades não são pequenas e eu falo sobre isso. Maioria das vezes, infelizmente, a liberdade do jornalista esbarra onde começa o interesse do dono do veículo de imprensa.
JN: O que se poderia dizer para os jovens interessados em entrar na carreira jornalística, diante de todos os seus anos vividos neste ramo?
Wilson: A exemplo de qualquer outra profissão as dificuldades são enormes, nós temos uma deficiência muito cruel em relação ao mercado. Ao futuro jornalista é fundamental que ele estude sempre, pesquise, busque sempre ser bom e ético naquilo que pretende fazer.
JN: Como o senhor avalia toda a imprensa jequieense atualmente?
Wilson: De uns 20 anos para cá e eu me considero um dos partícipes diretos dessa fase, o radiojornalismo em Jequié passou a tomar um espaço maior que a imprensa escrita. Com isso, criou-se também um instrumento de certa forma perigoso, que é a influência da classe política no trabalho da imprensa. Isso pode ser aparentemente engraçado mas é extremamente prejudicial a liberdade de imprensa. Com isso começam a surgir pessoas nas meio descompromissadas com a seriedade da imprensa, apenas interessadas em serem interlocutores dos seus patrões. Mas nem isso nos enfraquece ou desestimula. Os jornais estão aí, as rádios presentes, cabe muito mais a comunidade estabelecer um senso crítico de tudo o que lê e ouve.
Pra vocês do Jequié Notícias e seus leitores um Feliz Natal e um bom 2007.
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