Internauta Abílio Mendes faz protesto contra administração da Biblioteca Central.
23/12/2008
Cansado de ser impossibilitado de estudar na Biblioteca Central Newton Pinto de Araújo, venho através desta nota denunciar equívocos administrativos que são tão exorbitantes que me custa acreditar que de fato existem. Pela terceira vez fui barrado na entrada da biblioteca por funcionárias que usaram de tais argumentos: “Não pode entrar com livro próprio, você só poderá estudar com livros da biblioteca, são ordens da diretora”.
Primeiramente eu queria deixar claro que toda vez que vou ao citado local, vou para estudar, aliás, dediquei 23 anos da minha vida aos estudos; sou apaixonado pelo exercício da leitura como poucos e vou a pé, já que não possuo carro, moto, bicicleta, nem qualquer outro meio de transporte, e nem tenho dinheiro para suprir essa minha necessidade. Moro longe, muito longe.
Em segundo lugar, eu queria saber o que é que custa a uma funcionária anotar o nome do livro ou dos livros pessoais do estudante, pegar a carteira de identidade dele e, na saída, o estudante mostrar o livro a funcionária, esta conferir se o nome do livro bate com o livro anotado e devolver o RG ao estudante. Será que isso é tão trabalhoso assim? Posso garantir que não dura mais do que um minuto. A educação no Brasil já anda nas últimas, as pessoas não são motivadas a ler, e, quando surge alguém que realmente gosta de ler, é tratado como se isso não significasse nada. O caso é gravíssimo!
Tenho o direito de ler outros livros que não sejam os da biblioteca e que me são mais urgentes por diversos motivos (concursos, trabalho, projetos, ou simplesmente vontade), assim como tenho o direito de usufruir do espaço físico, que para início de conversa foi muito mal reformado, apresentando falhas absurdas, como por exemplo, um “teto peneira”, que na primeira chuva deixou inundar o local, a ponto do mesmo ter as atividades suspensas temporariamente e correndo o risco de estragar o acervo.
A minha revolta representa a revolta de inúmeras pessoas, que assim como eu tiveram e continuam tendo seus direitos feridos pelos impropérios de um espaço público.
Convoco todos os estudantes a lutar, insistentemente, por essa causa!
Sei dos meus direitos e vou brigar por eles!
Abílio Mendes
Professor de Língua Portuguesa e Literatura.
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