De volta à cruel realidade. Por Wilson Novaes.
23/04/2009
No dia 23 de janeiro deste ano, quando esteve incluída na agenda do governador Jaques Wagner, em Jequié, uma visita à anciã Celina Maria de Jesus, 61 anos, uma pequena casa na rua Abraão Rodrigues (Alto do Cemitério), foi disputada a cada centímetro por médicos, enfermeiros, deputados, prefeito, secretários de estado e dirigentes do setor de saúde. Todos sorridentes queriam espaço nos holofotes e nas lentes. Dona Celina, convalescendo de um AVC, estava simbolizando o Programa de Atendimento Domiciliar, oferecido pela saúde estadual, através do Hospital Geral Prado Valadares.
Passados pouco mais de 90 dias, da memorável visita, Dona Celina não está mais incluída no programa. Ficou por 30 dias, renovados por igual período. A casinha que esteve lotada na visita da comitiva do governador foi devolvida por falta de condições de pagar o aluguel. Hoje, ela com suspeita de estar acometida de câncer no esôfago, sobrevive numa cama de solteiro, recebendo a assistência das filhas, dividindo espaço com três netos. O aluguel, água e luz, são pagos por ela, com os R$ 470 que recebe do INSS. Um pequeno imóvel da qual é herdeira, na mesma rua, não está sendo utilizado porque não tem banheiro e necessita de restauração do telhado e das paredes. A filha Andréia Maria, 33 anos, diz que o pessoal da Secretaria de Desenvolvimento Social, informou ter cadastrado a recuperação desse imóvel em um programa, mas que até o momento a Prefeitura não recebeu os recursos.
Blog – Wilson Novaes
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