Bahia lidera casos de câncer de próstata no País.

10/11/2016

O Estado da Bahia é o que mais registra casos de câncer de próstata no País, atingindo 15,87 a cada 10 mil consultados, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Em seguida vem o Espírito Santo, com 8,72 para cada 10 mil. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Este ano deverão surgir cerca de 61.200 novos casos da doença. São mais de dois milhões de casos por ano no Brasil e as chances de cura aumentam em 90% quando a detecção é precoce. Mas estudos comprovam que 87% dos homens admitem que o preconceito iniba a prevenção. “Nenhum homem deve ter receio de fazer o exame de próstata, mesmo porque ninguém vai se apaixonar pelo médico”, diz de forma descontraída o urologista Lucas Batista, professor do Serviço de Urologia da Universidade Federal da Bahia e coordenador do mesmo setor do Hospital Cárdio Pulmonar, situado na Av. Garibaldi, em Salvador. Conforme dados preliminares do Núcleo Regional de Saúde de residência no Estado da Bahia, em 2013 a internação por câncer de próstata no território baiano registrava 2342 casos nas unidades de saúde estaduais, sendo a região Leste a mais afetada com 1044 registros. Para 2016 os casos já somam 1.559 e a mesma região continua liderando com o registro de 681 internações. A próstata produz um fluido seminal que alimenta e transporta o esperma. O principal sintoma é dificuldade ao urinar, mas pode não haver qualquer sintoma. “O homem pode urinar várias vezes durante a noite, porque isto não tem relação com o câncer. Um sintoma urinário pode ser o aumento benigno da próstata, o que não está associado ao tumor maligno, desde que esteja na fase inicial. Na fase de uma metástase, que se espalha pelo corpo e o homem apresenta sintomas de dores no corpo, é quando começam a ter sintomas urinários”, explica o urologista. Alguns tipos de câncer de próstata podem crescer lentamente. Nesses casos, o monitoramento é recomendado. Outros tipos são agressivos e necessitam de radioterapia, cirurgia, terapia hormonal, quimioterapia ou outros tratamentos. “Em caso de histórico familiar de primeiro grau, o correto é consultar o médico a partir dos 45 anos e uma vez por ano. Se não tiver este histórico, a consulta pode ser feita a partir dos 50, também anualmente”, recomenda doutor Lucas Batista. Neste mês, o alerta é dado através da campanha Novembro Azul, um movimento permanente pela saúde integral do homem. O câncer de próstata mata um a cada 40 minutos no Brasil e a campanha alerta para a doença e tem como objetivo diagnosticar casos no início, quando as chances de cura beiram 90%, daí a importância dos exames anuais a partir dos 50 anos. Pessoas da raça negra e quem têm familiares de primeiro grau que desenvolveram câncer de próstata, devem procurar um urologista para avaliar a necessidade de iniciar os exames a partir dos 45 anos. Encabeçando os fatores de risco, está a idade. Cerca de 60% dos casos são de homens a partir dos 65 anos. Em seguida, vêm histórico familiar, raça (maior incidência entre os negros), alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos, além de sedentarismo e obesidade. Os sintomas só aparecem nos casos avançados: vontade de urinar com urgência, dificuldade para urinar, dor óssea, queda do estado geral e dores fortes no corpo. Com estes sinais, o recomendável é procurar um urologista e fazer os exames. Toque é essencial para o diagnóstico “Uma vez o PSA- Antígeno prostático específico, substância produzida pelas células da glândula prostática - normal, ou seja, abaixo de 2,5, não há com o que se preocupar. Acima dos 2,5 chama atenção pela taxa estar mais elevada e o ideal é consultar o médico urologista”, diz Dr. Lucas Batista. Quanto ao exame do toque, ele explica que este “revela a textura da próstata. O médico consegue sentir se tem endurecimento ou módulos na próstata. Se tiver alteração o recomendado é uma biópsia da próstata para diagnóstico. Nós estamos realizando cirurgias meramente evasivas, feita pela técnica da laparoscopia, com pequenos furos – corte de um centímetro – colocando a pinça na barriga do paciente sedado, que não precisa ser internado. Ele recebe alto mais rápido e na fase pós-operatória retorna às suas atividades mais rapidamente e perde menos urina”, explica o médico. Como a prevenção é a melhor forma de evitar transtornos na saúde, o indicado é, portanto, sempre consultar um médico para receber orientação. Além disso, homens que se cuidam fazem mais sexo ao longo da vida. Fonte: Tribuna da Bahia