Antônio Jeferson Barreto Xavier, um jequieense de mente brilhante! Clique e saiba mais.

01/12/2021

26.11 foi meu aniversário e embora eu não seja de realizar profundas reflexões nesse dia –  prefiro beber e dançar – resolvi escrever algumas coisas que me passaram pela cabeça, inclusive enquanto dançava na sexta. 
Fechei os olhos e viajei no tempo, revisitei o menino da roça que fui e sou, as dores que passei por me sentir desde cedo deslocado, estranho. Não que eu era infeliz, mas sentia que precisava voar – como os pássaros que eu admirava enquanto brincava sozinho na grama na frente de casa – e não como os outros que eu via presos em gaiolas nas casas vizinhas. Nunca me esquecerei da roça e me orgulho de ser de lá. Mas voei, estou voando... porém, esse voo só é possível por eu ser um privilegiado. Sempre tive perto de mim pessoas-asas, que abriram as portas das gaiolas da vida. A começar pela minha família. Meus pais que nunca estudaram, mas viram que aquele menino não ia ficar ali, me incentivaram a voar desde cedo pelas asas dos estudos, assim como minha irmã Maria Célia Barreto Xavier que ainda criança contava suas moedinhas para me ajudar nas passagens para os eventos. E o incentivo vem também de todos os amigos/as, professoras/es, dos meus tios/as, primos/as, os biológicos e os escolhidos. Então, ao completar 34 anos sou só gratidão! Nos últimos seis anos eu pousei no Sul. E como não falar dessa experiência. Cheguei com a mala cheia de sonhos e sem conhecer nada e nem ninguém. Mas tenho muita sorte na vida e aqui constitui outra linda família. Como ouvi da minha mãe ontem “queria que tu volateasses a morar com a gente, mas também fico com pena de ti tirar da tua família maravilhosa daí”. Quem me conhece aqui, conhece meu irmão Vini e já deve ter ouvido eu falar que “sem ele nada seria possível”. Meu amor maior! Amor e cumplicidade há seis anos. Além da minha linda família gaúcha, aqui também (re) conheci amigos incríveis. Que me dão colo, apoio, amor, alegria, orgulho e força para continuar. Alguns mais colados, grudados, como o meu anjo Gabriel, que há quatro anos vem alegrando os meus dias sendo amor-ação-abrigo. Outros não muito, mas igualmente importantes. A amizade para mim é o estágio mais evoluído do amor. E a cada dia conheço mais gente que quero ter como amigo/a. Ainda dançando, pensei nas despedidas que eu tive, nos lutos (de pessoas que morreram e de outras que ainda estão vivas, mas enterradas no meu cemitério particular) e agradeci por isso também, pois foram experiências que ajudaram a formar o sujeito que sou.  
Dançando agradeci por ser quem sou, por ter voado até aqui e pelos voos que farei. Sou dionisíaco. Filho de Dionísio. Amante de Morfeu e da arte, agonia e êxtase. Obsceno. Mas também alegria e regeneração. Sou vários Jefersons. E sou para cada um que voa comigo o Jeferson que a pessoa desejar –  amar ou odiar –. Prefiro ser amado, mas não temo ser odiado! Aprendi isso nas viagens que fiz voando. Como escrevi outro dia: Eu já molhei as pontas dos dedos dos pés no Oceano Pacífico. Não tomei banho. Era frio demais! Mas a viagem mais distante que fiz foi para dentro de mim mesmo. Nessa viagem, muitas vezes eu também molhava só as pontas dos dedos e eu estava mais gelado que o oceano. Nada eu tinha de pacífico. Tomar banho de si mesmo é muito difícil. Porém, quando finalmente tomamos esse banho, o nosso barco navega suavemente pelo oceano da vida. 
Sigo voando...dançando e celebrando cada dia de VIDA!