Ambientalista, jornalista e escritor, Domingos Ailton, fala sobre Jequié.

14/07/2009

Domingos Ailton é secretário executivo do GERC, editor da Revista Cotoxó e do Jornal O Ecológico, membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. JN: Domingos, exponha para nos um pouco das ações do GERC (Grupo Ecológico Rio das Contas) em nossa cidade. Domingos: O GERC tem desenvolvido o Projeto Mãe da Mata – Proteção da Mata Atlântica através do ecoturismo, que consiste na realização de caminhadas ecológicas, pesquisa científica e educação ambiental na região do Rio Preto do Criciúma, conhecida também por Cajueiro. Lá é uma região belíssimas com várias cachoeiras, quedas d´água e, apesar do desmatamento, existe ainda algumas belas manchas de Mata Atlântica. Já levamos estudantes e professores chilenos, um colombiano e várias pessoas aqui da região para conhecer as trilhas ecológicas. Temos desenvolvido o Projeto Reflorestar a Vida com a coleta de sementes, a produção de mudas e o plantio de espécies nativas através de um viveiro artesanal, além de palestras e conferências em escolas e clubes de serviços. No último dia 9 de julho lançamos em uma parceria com a ONG SAVE BRASIL e outras instituições o Projeto Boa Nova para a natureza, que consiste em trabalhar um minicorredor ecológico nas regiões de Mata Atlântica e Mata de Cipó de Jequié, Boa Nova e Poções. JN: Diante da sua experiência no meio ecológico, qual sua opinião sobre a possibilidade de um desenvolvimento sustentável em Jequié? Domingos: Só conseguiremos ter o desenvolvimento sustentável se houver políticas públicas federais, estaduais e municipais voltadas para o desenvolvimento com respeito ao meio ambiente e a justiça social e se houver comprometimento do setor empresarial e da sociedade organizada de Jequié. Esse termo que é tão falado só pode ser concretizado com a participação conjunta do poder econômico, do setor econômico e da sociedade como todo. JN: Pelo que é visto em nossa cidade, o que se poderia programar para que o ambiente urbano estivesse em sintonia com o ambiente ecológico? Domingos: Uma primeira iniciativa seria respeitar a legislação ambiental. Áreas de preservação permanente como os topos dos morros e as matas ciliares dos rios são destruídas sem que o poder público não faça; é preciso também um planejamento dentro dos princípios da ecologia urbana. Se a cidade tem um planejamento, a exemplo da Agenda 21 Local, a cidade não vai crescer desordenadamente como vem acontecendo. JN: Falando sucintamente sobre os rios das Contas e Jequiezinho, de que maneira poderíamos conservar-los diante de uma cidade em constante crescimento? Domingos: Como disse na resposta da pergunta anterior respeitando a legislação ambiental e planejando a cidade do ponto de vista ambiental, além de mobilizar a comunidade para que haja consciência ecológica no sentido de ajudar a conservar o resta e recuperar o que foi destruído.