Novo Coordenador do Centro de Cultura ACM, Wenceslau Jr (Bilaw), fala com o Jequié Notícias.
25/07/2010
JN: Recentemente foram empossados os novos membros do Conselho de Cultura de Jequié, do qual você é ex-presidente e atualmente membro. Explique a sociedade jequieense qual é o papel do Conselho em nossa cidade.
Bilaw: O Conselho ao longo desses 5 anos de fundado tem contribuído muito pelo desenvolvimento cultural do nosso município. Participando, através dos seus representantes, das discussões artísticas culturais da cidade e sugerindo melhorias na política pública da área.
Também, cobrando do poder público, quando necessário, atenção e respeito aos artistas. Esse é a função do Conselho.
JN: Há pouco tempo o Centro de Cultura foi alvo de duras críticas por parte da mídia em geral no que diz respeito à manutenção da sua estrutura. O que já foi avaliado para que haja investimentos em sua restauração?
Bilaw: Realmente o nosso espaço está um pouco maltratado. Culpar gestões passadas, coordenadores e funcionários não vem ao caso nesse momento, como também, o público e o próprio desgaste do tempo. Urge, sim, uma reforma em diversos pontos internos e externos do Centro. O ar condicionado é um desses problemas, pois, não justifica o segundo melhor teatro da Bahia, assim considerado, sem uma climatização interna. Mas, adianto que no meu primeiro contato com a FUNCEB fui informado que as devidas medidas já foram tomadas e que o mais breve possível tudo será resolvido, e aí sim teremos validade e firmeza da parceria do estado com a prefeitura, que já vem mantendo e assumindo o Centro de Cultura nesses 10 anos de existência.
JN: Atuando como Coordenador do Centro de Cultura e membro do Conselho de Cultura, há alguma influência em atrair espetáculos de expressão nacional para Jequié? Aproveitando o contexto da pergunta, você acha que a maioria das peças teatrais que vem para Jequié tem muito apelo sexual?
Bilaw: Como coordenador, vou providenciar sim a inserção do nosso município em projetos de relevância cultural, patrocinados e apoiados pelo governo estadual. Mas, sabemos que esse é mais um dever e ofício do produtor local, que, antenado com o que há de viável, promove e nos brinda com esses espetáculos. Como conselheiro, representando o segmento da música na entidade, tudo que for pertinente à minha classe estarei defendendo, cobrando, sugerindo e propondo. Agora, sobre a qualidade das peças teatrais é discutível sim, mas culpo aos produtores, por serem eles o elo dessa promoção, proporcionando ao público esse show de mediocridade, onde jamais teremos uma platéia formada para assistirmos bons e sérios espetáculos. Mas, isso não acontece só nas artes cênicas não, com a música também não é diferente, pois somos agredidos diariamente com essas porcarias programadas pelas nossas FMs e, ocasionalmente, por alguns produtores musicais sem compromisso com a arte, a cultura e o bom gosto, que, diga-se de passagem, dá dinheiro também.
JN: A cidade de Vitória da Conquista já irá completar 6 anos a produção, com sucesso, do Festival de Inverno da Bahia. Você acha que é possível sonhar, mesmo com um pequeno festival em nossa cidade?
Bilaw: É possível sim, embora a nossa grande deficiência em relação a um evento dessa envergadura é somente pela falta de um espaço físico adequado. O Parque de Exposições tem notoriamente uma grande área, mas exige muita infra-estrutura. Ainda tem o lado comercial, que é imprescindível para a realização, e não acredito que estamos amadurecidos para esse tipo de investimento.
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