Dorival Andrade fala a respeito da vinda do CEFET para Jequié. Confira!

29/05/2008

Dorival Andrade foi o doador do terreno para a instalação do empreendimento, e é bastante atuante na busca árdua pela vinda do tão esperado CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica). JN: Sr. Dorival, em relação à conturbada vinda do CEFET para Jequié, qual a situação atual do processo? Dorival Andrade: Tudo está devidamente resolvido e não existe mais nenhuma pendência que dificulte a vinda do CEFET para Jequié. Depois de um ano de trabalho, com várias reuniões entre o CEFET-BA - através de sua Diretora Geral, Dra. Aurina Oliveira de Santana, a Secretária de Educação deste Município, professora Graça Bispo, do Vereador Reges Silva, as quais sempre tive o prazer de estar presente, e de várias outras autoridades na área de ensino – para debater com os diversos seguimentos da sociedade e das várias associações de classe a respeito do molde de abrangência de educação tecnológica do CEFET- Jequié – ficaram decididas as linhas de cursos que seriam implantados em Jequié - abrangendo inicialmente aquilo que de mais imediato precisaria nossa região. São dezenas de cursos de área tecnológica, como exemplo: no ramo de calçados, informática, setor agropecuário etc. Paralelamente àquelas reuniões foi tratado – naturalmente – do assunto principal: a doação do terreno para implantação do CEFET, que era imposto pelo Governo Federal à Prefeitura Municipal. O vereador Reges Silva foi o primeiro a me procurar e o Prefeito Reinaldo Pinheiro: firmei o compromisso de doar 25.000m², o que fiz em escritura pública de 28.05.2007 - e mais 427.563m² em escritura pública de 22.02.2008, perfazendo uma área total de 452.653m². A área total foi transferida pela Prefeitura de Jequié ao Governo Federal para a implantação do CEFET – Jequié, em escritura pública de 23.04.2008 – em ato solene com dezenas de vereadores e autoridades presentes, concomitantemente ao lançamento da Casa da Itália, naquela data: estando no ato a Dra. Aurina Oliveira de Santana, representando o CEFET-BA, na qualidade de Diretora Geral, e o Prefeito Reinaldo Pinheiro. JN: E o problema da Pedreira, como ficou por estar perto a área do CEFET? Dorival Andrade: A Prefeitura garantiu tomar todas as providências necessárias à sua re-locação - na hora necessária — uma vez que fere o CÓDIGO DIRETOR URBAN0, na forma da Lei Complementar n°. 003/2007, em seu artigo ll9 – que proíbe o uso de explosivos em Pedreira que fique a menos de l.000 metros de distância do perímetro URBANO - que é o caso da referida pedreira. JN: Como é ser um dos principais benfeitores neste empreendimento, se não o principal, e ainda assim não conseguir o êxito de ver a instalação do empreendimento Jequié, até o momento? Dorival Andrade: Realmente, o atraso foi praticamente de seis meses para início das obras. Por outro lado eu me sinto muito feliz em Jequié ter me dado a oportunidade de devolver à sua comunidade uma parcela daquilo que esta cidade me deu – doando esta área ao CEFET que, aliás, eu chamo de retribuição. Pois aqui estudei quatro anos gratuitamente no nosso querido Ginásio Régis Pacheco (atual IERP) – quando aqui cheguei aos idos de l950 - e com estudos complementares, em outros estabelecimentos. Passei em concurso do Banco do Brasil, onde trabalhei e me aposentei. Aqui me casei e tive meus filhos – ressaltando, por oportuno, que nesta doação tive todo apoio de minha esposa Denísia e meus filhos: Márcia, Isabela e Dorival Filho. Portanto, aquele Ginásio me deu “régua e compasso” para minha vida - parafraseando o nosso Ministro e conterrâneo Gilberto Gil. Dessa forma essa doação é também uma homenagem aos meus queridos professores do “Ginásio Régis Pacheco”: Antonin Brioude (prof. Francês – falecido): Émerson Pinto de Araújo (história): Vilma Brito (português): Pastor José Sales (inglês): Dilma Xavier e Helenita Brito (desenho): Padre Miguel e Expedito Nunes Fernandes (latim), Prof. Monteirinho (matemática) e vários outros que guardo afetivamente na memória. JN: Senhor acha que existe ajuda significativa de pessoas ou órgãos públicos que merecem destaque aqui? Continuando a pergunta é possível dizer que falta vontade política por parte de nossos governantes? Dorival Andrade: São várias pessoas e órgãos que merecem da comunidade de Jequié seus justos aplausos na ajuda desta luta para a implantação do CEFET - Jequié – destacando-se o vereador Reges Silva, a Secretária de Educação do Município – Graça Bispo, o sempre prestativo Prefeito Reinaldo Pinheiro, a Câmara de Vereadores, a Associação Comercial de Jequié e, em caráter especial a Diretora Geral do CEFET-BA, Dra. Aurina Oliveira de Santana, com sua competência e entusiasmo na solução dos problemas – que vem batalhando como se fosse uma Jequieense -- são dezenas de pessoas que aqui não estão nomeadas. JN: Sr. Dorival, finalizando, fale sobre a área doada; não só dimensão, como localização e outras condições? Dorival Andrade: Fizemos a 1ª. Doação de 25.000m², mas chegando a documentação em Brasília esta pediu em caráter excepcional, para Jequié, mais cerca de 400.000m2 (área que dá para construir uma pequena cidade) – porque o CEFET-JEQUIÉ seria acoplado de uma Escola de Agronomia, no sentido de estudar-se tecnologia para desenvolver a bacia da Barragem de Pedras - com seus fabulosos 72 km de água represada, que ainda não nos deu o muito que esperamos no desenvolvimento sócio-econômico de sua enorme capacidade. Assim doamos mais 427.653m², totalizando uma área de 452.653m². Dito terreno está localizado no Bairro John Kennedy, anexo ao Loteamento Cidade Nova, com topografia e terras excelentes, área totalmente urbana e a poucos metros do Rio das Contas – condições especiais exigidas pelo Governo. Foi feito prospecção de solo, licença ambiental, impacto ambiental e sua documentação está perfeita (com cerca de 50 certidões), por isso Jequié ganhou o segundo lugar na Bahia – em julgamento por uma comissão nacional, com julgadores de Estados diferentes, para que não houvesse interferência política na decisão da área escolhida. O Centro abrangerá cerca de 26 municípios, como Dário Meira, Itagibá, Ipiaú, Jitaúna, Jaguaquara, Itaquara, Itiruçu, Maracás, Manoel Vitorino, Itagi etc. Estas Escolas Técnicas, que tem nível universitário e com pós graduação e mestrado – sem mensalidades de estudo, portanto GRATUITAS , tem sido uma revolução para as classe menos favorecidas e médias como alanvacadoras de emprego - a Folha de São Paulo, ll.05.2008, coluna Gilberto Dimenstein, diz que 77% dos egressos de Escolas Técnicas do Centro Paulo Souza, ligado ao Governo de São Paulo, estavam empregados e entre os tecnólogos com formação superior o índice era de 93%. O Pólo Industrial de Camaçari – segundo Jornal A TARDE, 26.05.2008 – está com sérios problemas por dificuldade de importação de outros estados para suprir suas necessidades. Diz mais que o Nordeste Brasileiro só tem l5,9% de matrículas em curso técnico e a Bahia, especificamente, tem apenas 2% de matrículas nessa área—perdendo para Pernambuco (3,5%|), Ceará (3,4%) e Sergipe (2,7%). É oportuno salientar que o CEFET–Jequié poderá ser o maior da Bahia – no que diz respeito ao tamanho de sua área urbana de 452.653 m2 – ou, talvez, do Brasil. Isso porque o caso de Jequié é especial; em função de englobar no próprio CEFET uma Escola de Agronomia e necessitar de área irrigada para suas pesquisas científicas. Segundo previsão da Diretora Geral do CEFET-BA, Dra. Aurina, a licitação da obra deverá ocorrer neste próximo mês de junho de 2008. VAMOS LÁ JEQUIÉ!!!