Blog Enfoque Cultural: Ex-secretário faz importante reflexão sobre o "Plano Municipal de Cultura".

23/08/2011

Um Plano Municipal de Cultura é pra definir o conceito de política cultural para os próximos dez anos (Um Plano Diretor da Cultura), que deve apresentar números que justifique a organicidade do setor no município, faz um diagnóstico da área cultural no âmbito municipal e, finalmente, propõe a partir de sugestões da sociedade, programas e projetos de interesse público destinados a suprir as necessidades diagnosticadas, fazendo ainda uma correlação entre estes projetos e as áreas que pretende atender. A iniciativa de se construir um Plano Municipal de Cultura em Jequié, tem um objetivo fundamental e importantíssimo: deixar na Lei, uma política de Estado para a Cultura local, tirando das mãos do prefeito a prerrogativa de “querer ou não” realizar investimentos no setor. Embora o Plano Municipal de Cultura seja obrigatoriamente subsidiado por sugestões da sociedade, senão não haverá legitimidade, a sua formatação requer acuidade técnica específica, inclusive dos nossos legisladores municipais que o apreciará nos últimos momentos que antecedem a sua sanção. Ao prefeito Luiz Amaral compete à “canetada final” e aí mora o perigo, porque ele, paradoxalmente, menosprezou o que vinha sendo construído para a cultura jequieense, no seu próprio governo. Pela notória “importância” que tem dado a Cultura, o atual chefe do executivo não estará atento para a qualidade do documento que irá sancionar. Seria para ele, mais uma Lei sem o devido cumprimento, ou para um outro gestor cumprir. A Secretaria de Cultura, criada com a finalidade de construir políticas públicas para o setor, como de fato vinha fazendo com a competente colaboração técnica da Diretoria de Gestão Cultural, Programas e Projetos, até que tentou. Mas não houve comprometimento do governo, não houve respaldo político e vontade de quem teve a grande chance de tornar mais leve a vida dos que aqui produzem o que de melhor um homem pode produzir, Cultura. Esperamos sinceramente, que uma boa empresa de consultoria tenha sido contratada pela Prefeitura de Jequié com vistas à devida formatação do tão importante Plano. Acreditamos no bom senso do atual secretário Robério Chaves e sua equipe, porque se dependermos do atual prefeito o Sr. Luiz Amaral, corremos um sério risco de submeter à Câmara de Vereadores um Plano de Cultura que não condiz com os padrões técnicos necessários a sua efetiva aplicação, portanto, sem legitimidade e com graves prejuízos à sociedade jequieense. A partir de 2005, tivemos evolução no processo cultural em Jequié com a criação do Conselho Municipal de Cultura, Fundo Municipal de Cultura, reforma e compra de importantes equipamentos: Casa das Etnias, Biblioteca Municipal, Teatro Municipal (Palácio das Artes), reforma da Casa da Cultura, abertura de editais (iniciativa inédita no interior da Bahia), criação da Vila Junina, São João Xangô Menino (Marco histórico para discussão do sincretismo religioso e aspecto cultural da maior festa popular do município), projetos e programas importantes, entre outros avanços construídos por todos nós jequieenses, cidadãos comprometidos que pensam a cultura local. O Plano indicará o futuro do que há de mais importante para a vida de um povo: a sua Cultura. (Bené Sena - Músico Diletante). Blog Enfoque Cultural